quinta-feira, 8 de abril de 2010


Ontem no meio do frio glacial que fazia no meu quarto o tédio resolveu bater na porta. Depois de um dia bem cheio fui logo procurando um jeito de me esconder e dizer que não estava. Frio, chuva, porcaria na TV e agora o tédio?
- Ah não!
Então fui mexer nas minhas coisas olha daqui, procura dali, descobre de cá e pronto! Uma reunião de presentes; -Sim, presentes. Uma bobagem sem valor para qualquer outra pessoa, porque pra mim não há dinheiro que compre.
Presentes, datas comemorativas sempre nos levam a eles que são dados como que por "obrigação", mas esses eram diferentes. No meio de um dia normal, na corria da vida acorda, levanta, café, transito, relógio, aula, trabalho, telefone, chave, banco, conta, AHHHHHHHHHHH! E veio o segundo aquele segundo que não custa nada e vale tanto. Alguém no meio do caos lembrou de você, sem nenhum grande motivo, não é seu aniversário nem nenhuma data para se comemorar especialmente, mas sem que você espere aparece uma mão estendida na sua frente que segura alguma coisa, e por menor que seja, mas comum que seja ou simples se torna especial.
Porque alguém lembrou de você.
É por isso que eu guardo, por ter um valor que não pode ser medido e estava eu lá metida no meio de algumas cartas, quatro ou cinco porcos, rótulo de bebida, coração de borracha, dados, desenho, livro e um brinquedinho de papel que até hoje não sei o nome e acabo tendo cada uma dessas pessoas comigo.
Obrigado tédio!

sexta-feira, 2 de abril de 2010

É bom guardar as Felicidades de Nós!


"Eramos três em torno à mesa. Três que a vida,
Na sua trama de ilusões urdida,
Juntou ao mesmo afeto e na mesma viuvez...
Um músico , um pintor, e um poeta. Éramos três..."

(Olegário Mariano)

Ninguém morreu de morte morrida ;mas a vida em suas tramas
teceu caminhos distindos.
Fez a teia com cuidado uma arranha bem esperta cortou fios da
teia e foi de morte matada que a ponte se desfez.
Viúva negra não é tão má, com carinho de mãe deixa sempe um
fio de volta.

domingo, 28 de março de 2010

Fases da Lua



Eu tenho tanto amor dentro de mim que arde, vaza; brota como o suor em um dia quente de verão. Intenso e forte como a lava de um vulcão que queima.
Transborda, pulsa, arrebata, destrói e acalma. Ah, é tão forte e bruto que eu nunca fui capaz de dá-lo a ninguém. Ninguém! Por medo, covardia. -Sim, covardia! Falta de coragem de se entregar ao ridículo - Eu idealizo demais. - e por BURRA "superioridade", achando as pessoas fracas ou indignas para recebe-lo.
Sou um rio que transborda sem ter onde desaguar, causo enchentes , tragédias naturais por estar represado. A veemência da correnteza me assusta. Como posso aguentar? Logo eu lua crescente e vacilante. Conto na folha a chegada da lua cheia.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009


Deixa eu te contar...

Existe uma grande sala com porta giratória e muitas prateleiras, essa porta ou portas (não sei ao certo se é apenas uma) são locais obrigatórios por onde todas as coisas passam, o tempo , as pessoas, os acontecimentos e as coisas intangÍves empurram as portas.
E nesse girar louco de portas as prateleiras vão ficando cheias de souvenirs, alguns ocupam grande espaço e ficam nas prateleiras mais baixas perto dos olhos e das mãos, outros são pequenos e podem se esconder no meio de qualquer prateleira cheia.
Os souvenirs não tem lugar marcado, o que ontem estava perto das mãos hoje pode estar na prateleira mais alta e acabar sendo esquecido por um tempo, e ainda tem aqueles souvenirs quebrados que quando menos se espera escorregam das prateleiras espalhando cacos por todo o chão, mas até esses continuam nas prateleiras nem que seja em pedaços.
Cada pessoa tem a sua sala de prateleiras com souvenirs e portas giratorias, e quantas vezes nós mesmos repetimos o girar de nossas portas no conflito de Ser e Estar no mundo, ficando tontos até acabar tombando para um dos lados.
É uma sala mágica! Todos entram e ninguém sai; Bom sair até saem mas não sem antes deixar um souvenir e todos deixam mesmo que não saibam o que deixaram.
Como chegar nessa sala? É fácil! Já estamos todos dentro dela. O nome? É bem simples, olhe para o teto e você verá as estrelas, quando fechar os olhos as estrelas formaram um nome:VIDA


quarta-feira, 19 de agosto de 2009


Carrego o peso da lua,
Três paixôes mal curadas,

Uma saara de paginas

Essa infinita madrugada.

Viver de noite
Me faz senhor do fogo.
A vocês, eu deixo o sono.
O sonho, não.
Esse, eu mesmo carrego.


(Paulo Leminski)

E quando o leite derrama mesmo após apagar o fogo é sinal de que não há mais o que fazer só nós restar limpar, se a chuva começa já forte correr ou andar não faz a menor diferença no final do trajeto estaremos molhados do mesmo jeito.
O que realmente interfere é o tempo, se o leite secar a mancha vai ser mais difícil de limpar, se a chuva começa e paramos na metade do caminho quando ela passar estaremos tão molhados que é resfriado na certa.

Há momentos em que clamamos por pausa; fim. Mas entre o dia e a noite tem o crepúsculo e parar antes de ver a dança das corres é desperdício de vida, é negar a si mesmo a doce embriaguez da existência.
Que ao menos o sonho sirva como ímpeto para dar o próximo passo.


sábado, 8 de agosto de 2009

Lentamente despiu o corpo




Vagaria nua pelo centro da cidade entre o antigo e o novo, por todo Rio de Janeiro, Paris, Londres, Lisboa e nada veriam.
Seria apenas uma forma de vida, um corpo que se mostra igual a todos os outros. Curiosos olhariam com a falsa idéia de enxergar ; nada veriam.
Poderiam até tocar, nada sentiria nem vergonha ou invasão: Não se invade um corpo.
Nada saberiam.
Sê misterioso que o nú esconde , a roupa nada guarda é pura ilusão.
Um despir-se inocente que se torna mistério com o pacto mudo e inconsciente de não mostrar-se a ninguém.






foto: http://br.olhares.com/

domingo, 2 de agosto de 2009

Praso de validade


A Flor que nunca morre esqueceu que não tinha praso de valiade e comecou a murchar. Esqueram-a no sol, o tempo tava seco não havia uma gota de chuva para fazer crescer uma nova folha ou adubo pra alimentar.
Veio a brisa , o sereno e nada a fazia reagir. Noite, angústia, respirar era impossivel o tempo corria e o fim vinha a cavalo.
Em um sopro de morte descobriu não mas saber ser flor, só sobrou espinho?
Na hora da morte se agarrou ao fio de vida. Corre! Ela clama por salvação.
Haverá salvação?!?